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A PRIMEIRA A GENTE NUNCA ESQUECE NÃO É MESMO? A MINHA PRIMEIRA GRANDE DECISÃO FOI ASSIM...

A PRIMEIRA A GENTE NUNCA ESQUECE NÃO É MESMO? A MINHA PRIMEIRA GRANDE DECISÃO FOI ASSIM...
Marcos Rother
jun. 26 - 7 min de leitura
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Minha família migrou do Paraná para o Mato Grosso faltando em torno de 1 ano para terminar meu curso de Medicina Veterinária. Isso lá por meados de 1988.

Acabei a Universidade e fiz minha Especialização em Equinos, peguei o galo de briga e rumei para Cuiabá.

Cheguei mais perdido do que cachorro caído de mudança, pois não conhecia ninguém, profissionalmente falando. Mas como iniciativa e coragem nunca me faltaram, encarei a parada.

Nessa época meu pai tinha uma Representação Comercial de troncos e balanças bovinas, cujo pequeno e humilde escritório foi a salvação da lavoura. Ele ficava há uma hora da minha casa, aproximadamente. Detalhe, indo à pé, porque carro nem pensar.

Por quê esse escritório foi a salvação?

Porque diferente de hoje, não existia celular e nem toda a parafernália eletrônica que facilitam a nossa vida.

Era lá onde tinha um telefone, minha única opção para fazer contatos. Além disso, usava seu endereço para ter uma referência comercial.

Para transportar meus materiais de trabalho, sequestrei uma maleta de furadeira BOSCH do meu pai, de tão boa a situação financeira naquela ocasião.

Mas começo é começo e lugar de chorar é na cama que é lugar quentinho. Então, fui à luta.

Após um início difícil, muitas idas e vindas, muitas ligações e muitos “nãos” no meio da fuça, bati de frente com um criador que conhecia o Haras onde havia feito minha especialização. As portas começaram a se abrir, pintou serviço e este criador começou a me indicar para outros.

Passados alguns anos, surfava na crista da onda como um dos melhores e mais bem conceituados Veterinários de Equinos na região de Cuiabá.

Prestava assistência técnica para os maiores Haras de Criação de Quarto de Milha à época.

Num bom momento profissional, convidei outros dois Veterinários para montarmos uma Clínica, um deles especialista em cães e gatos e o outro em bovinos. Desta forma a equipe ficaria bem forte.

Assim fizemos, tudo corria bem.

Nesse embalo, casei-me em 1993.

E como tudo não são flores, após 90 dias de casado veio a grande pancada que não matou, mas arrancou pena.

Não. Nada a ver com o casamento.

O nocaute foi dado pelo Plano Econômico Collor em 1990 e que deixou todo mundo com no máximo R$ 50,00 na conta. Ou seja, onde estava o dinheiro? O gato havia comido.

Sem condições de manterem os Haras, os criadores cortaram tudo o que podiam  e eu fui no pacote. Desta forma, minha maior fonte de renda zerou do dia para a noite.

A salvação seriam atendimentos esporádicos gerados pela Clínica.

Hum! Mera ilusão. Telefone não tocava nem a pau. Aliás, tocava de vez em quando, mas era cobrança.

Bem.

Há 90 dias de casado, sem serviço e sem dinheiro era necessário se reinventar e tomar uma decisão, uma grande decisão, pois ficar sem fazer nada era o que não dava para fazer.

Dias e dias sentados no sofá da recepção da clínica pensando no que fazer. Afinal de contas, serviços de assistência veterinária nem penar. Parou de vez.

Então o que fazer?

A decisão era extremamente difícil, pois a única opção naquele momento seria deixar de trabalhar com Equinos, uma grande paixão. Mas não havia outra saída. Pelo menos eu não enxergava outra e tinha que toma-la.

Era necessário encontrar uma saída que me desse mais segurança e estabilidade, ou seja, deixar de trabalhar por conta própria e passar a ser empregado de alguma empresa.

Pois é. De qual empresa, qual segmento?

Aí entra a importância de bons relacionamentos, boas atitudes, construção de um nome íntegro e profissional, coragem para realizar a mudança.

E como eu tinha um ótimo relacionamento com os lojistas de produtos agropecuários fiz o seguinte: pedi que esses lojistas assinassem uma carta de apresentação/recomendação para acrescentar ao meu currículo, uma vez que iria bater nas portas das empresas buscando oportunidades.

100% dos contactados assinaram minha carta de apresentação.

Fui à luta de novo e como o Universo conspira a favor, desde que façamos a nossa parte, recebi a visita de um supervisor dos Laboratórios Pfizer.

Este me convidou para um processo seletivo que ocorreria nos próximos meses.

Eu não o conhecia e após toda a conversa sobre a oportunidade perguntei a esse supervisor:

- Como chegou até a mim para fazer o convite para essa seleção?

Ele respondeu:

- O Luiz da Casa Rural me falou que você o procurou e que demonstrou interesse em trabalhar em empresas como a minha. Além disso ele deu ótimas referências da sua pessoa.

Muito bom. Decisão tomada.

Mas acha que acabou?

Nada disso, ainda tinha um concorrido processo seletivo pela frente.

Vencidas algumas etapas da seleção, a prova final seria uma entrevista com o Gerente Nacional de Vendas.

Um detalhe. A entrevista não era em Cuiabá, mas sim em Ribeirão Preto – SP. Nesta ocasião a grana estava pra lá de curta e a despesa de viagem era por conta do candidato. Maior sufoco. Dei meu jeito e lá fui eu.

Peguei o busu à noite e a entrevista era até as 18 horas do outro dia, no máximo.

Se chegasse atrasado, dançava.

E como se não bastasse, esse ônibus começou a quebrar já no início da viagem.

Para resumir a história da viagem, era por volta de 16 horas e o ônibus quebrou pela última vez faltando uns 100 km para chegar em Ribeirão.

Tive que pegar uma carona pra chegar em cima hora para a entrevista, sendo o último a faze-la.

E como quanto mais sofrido, melhor. Fiquei com a vaga.

Hoje, olhando para trás valorizo ainda mais minha caminhada, pois identifico vários atributos que contribuíram para ter sido bem sucedido naquele momento.

Enfim, sobrevivi e durante os anos em que trabalhei na Pfizer fui duas vezes Campeão Nacional de Vendas e por várias outras bati na trave.

Experiência profissional esta que me levou a constituir minha própria Distribuidora de Produtos Agropecuários.

Mas isso é papo para outro momento.

Bem, espero que um pouco da minha trajetória profissional tenha acrescentado algo para você e que, também, sirva de inspiração para que compartilhe a sua.

Então vamos.

Comente o que tirou de proveito dela e bora contar um pouco da sua, pois tenho certeza que tem muita gente precisando dos seus ensinamentos e da energia da sua força interior também.

 


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